De volta às blogagens coletivas, participando da 38ª do blog Café entre amigos, esse aqui, ó. Espero que curtam.
Olá, meu querido amigo, como
vai?
Já faz
algumas semanas que não te escrevo, e sei que estou em falta contigo, mas é que
tanta coisa anda acontecendo que quase não tenho tempo nem para dormir. E você sabe
como eu gosto desse prazer, não é? Lembra quando éramos crianças e você fazia o
maior esforço para me acordar de manhã? Ah, era tão divertido quando você pulava
em minha cama e puxava minhas cobertas... E quando você escondia minhas coisas?
Nossa, mamãe me chamava de relaxada por sua causa, sabia? E quantas vezes já não
levei umas boas chineladas por conta de suas travessuras? Você sempre foi um
danado! Mas um danado muito especial, que sempre esteve do meu lado em todos os
momentos de minha vida.
Hoje de
manhã, enquanto ajudava meu filho na lição de casa, lembrei de você e das
nossas conversas. É claro que eu reconheço o esforço e dedicação de meus pais
para que eu estudasse e tivesse uma vida digna hoje, mas seu incentivo sempre
me foi essencial. Lembro que uma vez você estava com o pensamento longe,
olhando para o nada e de repente disse assim: “É tão bom saber as coisas! Deve ser
muito chato alguém te perguntar uma coisa e você não saber”. Acho que entre
tantas conversas boas que já tivemos, esse seu surto filosófico de criança foi
uma de minhas maiores inspirações para a busca pelo conhecimento. Saber as
coisas. Pode rir, eu sei que estou sendo boba.
Ontem
eu tive uma audiência daquelas bem difíceis, cheia de testemunhas e depoimentos
demorados, cheia de drama e suspense. Chegou um momento em que eu achei que
aquilo tudo não adiantaria nada, que o juiz não tinha coração e que a justiça jamais
seria feita. Fiquei frustrada por antecipação, mas precisava fazer meu
trabalho, defender meu cliente era meu dever e eu sabia que o melhor de mim era
tudo que eu podia dar, ainda que não adiantasse. E aconteceu exatamente como você
me disse uma vez, aquilo que fazemos um pelo outro sempre volta para nós em
dobro. Pois você acredita que eu consegui reduzir ao mínimo a pena do meu
cliente? Mas minha satisfação por isso nem foi nada perto do que ouvi da mãe do
rapaz depois do julgamento. Ela disse que entendia que o filho devia pagar pelo
que fez, mas que eu tinha dado a ela a esperança de que ainda existiam pessoas
boas nesse mundo, e que ela via em meus olhos e nas minhas palavras que eu
acreditava que seu filho poderia mudar quando saísse da prisão.
E eu
acredito mesmo, sabe? Se eu não acreditasse naquilo que faço e naquilo que
defendo, não faria nenhum sentido. Eu seria apenas mais uma bacharel em direito
vagando pelos fóruns da cidade, mas não... Eu me orgulho de ser uma advogada
que ama o que faz e põe o coração naquilo. Obrigada, meu amigo, por me ensinar
coisas que faculdade nenhuma jamais poderia me ensinar.
Sabe
de uma coisa, Vinny, nossa infância foi muito divertida e eu sinto falta daquela
época. É que quando a gente cresce precisa assumir responsabilidades, dar conta
do trabalho, de casa, dos filhos e marido. E como eu disse, não sobra muito
tempo para as coisas de criança. Seria tão bom se todos mantivessem contato com
seus amigos imaginários mesmo depois de adultos, não é? Eu tenho tentado, você sabe
disso. E espero conseguir sempre, pois você e sua lembrança me fazem muito bem.
Um grande
beijo de sua amiga
Melissa
Jones
Olá boa noite , olha eu aqui seguindo
ResponderExcluirvc e adorando participar dessa blogagem
tão bonita com lindas histórias como a sua
gostei e te parabenizo , deixo um abraço com carinho
e que bom se nós adultos tbém tivéssemos nosso amigo imaginário
Bjuss com carinho
_____________Rita!!!
Nossa que lindo amei a carta e a forma que conduziu a blogagem, parabéns!!!!
ResponderExcluirOi Valquíria! Que impressionante a sua personagem Melissa Jones! Apesar de já ser adulta, relembra com carinho de seu amigo imaginário e escreve para ele, como para si mesma, remetendo-nos ao alter-ego, ao interior, onde se busca inspiração e sentido para a vida. parabéns pela participação!
ResponderExcluirUm abraço e tenha bons dias!
Parabéns pela postagem, assim todos os amigos imaginários pudessem influenciar as pessoas para o bem, assim como na sua história. Gostei muito.
ResponderExcluirQue legal sua blogagem achei super criativa.
ResponderExcluirSimplesmente sensacional seu conto adorei.
ResponderExcluirGosto muito de texto em forma de carta e você, arrasou na participação da blogagem, parabéns! Um abraço!
ResponderExcluirOlha só que beleza!
ResponderExcluirEscrever uma carta pra um amigo imaginário... gostei!
Um ótimo fim de semana... beijos
Achei lindo esse conto. A pureza da alma é algo muito importante e raro, mas foi isso que senti ao ler. parabéns por ter escrito uma obra tão linda. beijos
ResponderExcluirQuerida Valquíria
ResponderExcluirAdorei a sua carta
Parabéns pela criativa e emocionante participação
Amigos são muito importantes mesmo sendo imaginários, não?
Beijinhos afetuosos de
Verena e Bichinhos