Hoje me peguei reflexiva... mais que o normal. E mesmo tendo
consciência de que meu blog está totalmente abandonado, é aqui que vou externar
minhas reflexões.
É que estou adoentada desde
terça-feira, agravamento de uma crise de sinusite mal cuidada que virou uma
gripe terrivelmente incômoda, uma das poucas coisas que me derrubam. Eu sei que
gripe é só uma gripe, que não é nada grave, mas quando os remédios receitados
pelo médico não fazem o efeito esperado em pelo menos três dias, você precisa
trabalhar com dor e febre, tem que cuidar de filho, estudar e não tem ânimo
para nada disso... não sei vocês, mas eu começo a ficar preocupada, irritada e,
acima de tudo... pensativa. Com o corpo frágil e pouca reativo, não consigo
afastar do pensamento a ideia de que para morrer basta estar vivo. Acredito que
uma gripe não seja forte o suficiente para me levar, mas... e se não fosse só
uma gripe? Se eu estivesse com alguma doença fatal? Será que o mundo estaria
preparado para me perder? Será que eu estaria preparada para deixá-lo?
O que me traz essa reflexão hoje é a
profundidade de meus relacionamentos, aquilo que realmente importa. Se eu
morresse hoje, quem sentiria minha falta? É sábado e estou aqui no quarto
digitando e, quando olho em volta... estou sozinha. Eu e o computador. As
pessoas com quem me relaciono estão cada um cuidando de suas vidas, inclusive
minha família: Minha mãe trabalhando, irmã com as amigas e até meu filho, está
lá na sala jogando on line com os coleguinhas dele. Meus amigos, os colegas de
trabalho, todos têm seus próprios problemas e a preocupação comigo é vaga: Oi,
Val... melhorou? O homem com quem me relaciono me manda mensagens mandando eu
me cuidar, ensinando remédios caseiros e espera minha recuperação para ficarmos
juntos. Legal, neh?
O fato é que estou só. E não se trata
apenas de olhar para os lados e não ver ninguém, trata-se do sentimento de
solidão que fica muito mais evidente para mim no dia de hoje. É imaginar um
velório vazio, pois as pessoas sentem muito, mas têm mais o que fazer.
Afinal... era só uma colega de trabalho, uma amiga distante, era só uma
peguete. Porque por mais que eu me entregue, me doe e me preocupe com as
pessoas, não tenho a capacidade de despertar nelas a mesma intensidade de
sentimentos por mim.
Talvez a culpa nem seja das pessoas e
sim minha... talvez eu devesse me doar mais. Ou talvez menos. Ou talvez não
devesse me preocupar com essas coisas, porque cada um sabe de si e quem sou eu
para entender o que se passa no coração alheio? Talvez eu simplesmente não seja
digna de tanta atenção, de tanta preocupação ou zelo...
O fato é que hoje me pergunto: E se
fosse a hora de partir, quem estaria realmente ao meu lado? Quem se importaria?
Quem sofreria de saudades? Quem sofreria de remorso? Quem estaria com a
consciência tranquila por ter me mostrado o quanto me ama? E eu? O que sentiria
no momento do último suspiro? Em quem pensaria? A mão de quem estaria segurando?
A quem que estivesse distante eu gostaria de olhar nos olhos pela última vez?
A conclusão que chego é que quando
chegar a hora, quero ao meu lado não apenas as pessoas que amo, mas
principalmente as que me amam, por mais egoísta que isso possa parecer. Pois no
final da vida, depois que tudo acabar... do que vai adiantar um amor não
correspondido?
Valquíria Paula.
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