Durante essa semana, passei algum tempo buscando
inspiração, um assunto sobre o qual eu desejaria escrever. Terminei de ler um
livro, refleti sobre os últimos acontecimentos de minha vida e conversei com
pessoas de tipos mais variados, desde patricinhas fúteis a advogados e
estudantes de engenharia. Um assunto então surgiu em frente à televisão,
enquanto o enteado prestava atenção a um filme e eu olhava desolada para a tela
em branco do computador.
Parece que qualquer coisa que eu tente escrever
acaba caindo em meus sentimentos pessoais, em minha vida sentimental, nas
minhas expectativas de futuro com relação a meu novo emprego, enfim... como
escrever sobre um assunto imparcial quando existe um turbilhão de sentimentos e
pensamentos sondando a mente e o coração?
Pelo pouco que pude perceber da história do filme,
que nem lembro o nome, uma pessoa boa no que faz está cheia de medos e traumas
do passado, que a impedem de tentar novamente. À sua volta estão amigos e
família, grandes incentivadores de sua vitória e, por mais que a gente saiba
que em filmes tudo dá certo no final, havia apreensão no rosto do enteado por
perceber que as coisas não estão dando certo para a personagem do filme. Por fim,
gostei da experiência de dividir minha atenção entre a escrita e a TV,
principalmente por que pude refletir sobre até que ponto nossos medos
cotidianos são legítimos e podem nos ajudar a enxergar as coisas com clareza, e
conforme fui prestando atenção em alguns pontos do filme e entendendo o sentido
da história, pude colocar em tempo real minhas impressões no papel, a fim de não
perder detalhes que geralmente me fogem no momento da escrita.
Algumas vezes já li e ouvi que o medo faz parte
da nossa sobrevivência. De fato, o medo nos protege de certas situações, já que
dificilmente alguém ousaria pular de um precipício ou enfrentar um animal
selvagem expondo-se ao risco de perder a vida. No meu caso, o medo de barata e
outros insetos voadores, me impõe a necessidade de dormir com a janela sempre
fechada, por mais calor que esteja. O fato é que sentimos medo e
invariavelmente procuramos meio de nos proteger daquilo que nos aflige.
Mas e quando tratamos do medo de algo que não se
pode ver, apenas sentir? Qual o sentido do medo de amar, por exemplo, ou de
dizer algo que magoará a outra pessoa ou ainda da reação que podemos causar ao
agir de determinada forma? Existem pessoas destemidas, corajosas, ou
simplesmente sem noção. Sim, existem pessoas de todo tipo, assim como as
medrosas. Às vezes sinto que deveria ser mais prudente, às vezes me sinto
prudente demais, tudo depende do assunto em questão. Quando falo sobre minha
vida profissional, por exemplo, sou dessas que se joga com todas as forças, mas
quando falo de relacionamentos fico com os dois pés atrás. Amizades são bens tão
preciosos para mim que sempre quero os melhores, ainda que poucos. Talvez por
isso eu não me entregue com facilidade e muitas vezes fico na defensiva.
Mas o que isso tem a ver com o filme que meu
enteado estava assistindo e que eu olhava esporadicamente para captar alguns
diálogos e cenas mais impactantes? Sei lá. Mas eu sei que estou cercada de
pessoas a todo tempo e, algumas delas estão dispostas a me fazer esquecer
traumas e fantasmas do passado, ainda que não saibam disso. A esses meu sincero
desejo de que nunca se afastem de mim, e que eu saiba de alguma forma fazê-los
felizes também.
Grande beijo e até a próxima =)
Vengo del blog de HumorEnConto de Ana Cecilia Romeo y me ha encantado tu Rincón; por lo cual, si no te importa, me hago Seguidor de tan bello y Mágico Espacio, que es el Tuyo.
ResponderExcluirAbrazos.
Muito bom estar rodeada das pessoas certas que te fazem esquecer o que te faz mal. Linda semana, beijos,tudo de bom,chica
ResponderExcluirGostei muito de saber que o livro agradou. Um dos meus maiores prazeres é compartilhar as coisas que me deixam feliz. Quanto ao seu texto, pelo que aprendi na faculdade, o mais interessante não é a sinopse do filme/livro ou assunto q vc queira abordar. O mais legal é saber o que significou para você a experiência com esse objeto, e a sua apropriação. É muito legal quando alguma coisa inspira tanta reflexão assim. Já tive medo de amar, mas esse medo na verdade esconde outro medo: o medo de não ser correspondida. Dói muito amar e não receber de volta. Um grande beijo Valquíria!
ResponderExcluirValquíria:
ResponderExcluirO medo serve de proteção, e não deve ultrapassar a fronteira entre o necessário e aquela sensação desagradável, que nos impede de ter uma atitude.
Então se é possível se equilibrar entre esse limite, tudo fica em harmonia.
Aproveito minha visita pra te avisar que tem Tag pra você lá no meu blog.
Fique totalmente á vontade pra responder ou não, ok.
Bjs.:
Sil
http://meusdevaneiosescritos.blogspot.com.br/
Val, primeiramente, peço desculpas pela demora e deixo aqui (já deixei lá no Lisérgicos)os meus muitos parabéns pela sua conquista! Fico realmente muito feliz por você, pois quem lhe acompanhou sabe o quanto foi merecido.
ResponderExcluirFocando agora no post, eu acredito que há determinados assuntos que é impossível ficarmos imparciais, isto se a imparcialidade de fato existe ou se é apenas uma máscara do tema medo, abordado aqui, em dar a cara a tapa e uma opinião sincera que irá nos expor demais.
Sim, eu já me senti assim inúmeras vezes, inclusive aqui na blogosfera, deixando de dar minha opinião por ela não ser imparcial e como aqui tudo vira uma bola de neve, evitar aborrecimentos. Covardia? Eu me questiono...
Acredito que o pior medo do ser humano é o medo de ter medo. Um pouco de medo é necessário para a sobrevivência como bem disse, mas há gente que parece ter medo de tudo, do mundo, da vida... Este medo paralisante, eu acho que é os piores sentimentos que se possa ter.
#TamoJunto sempre parceira!
Boa semana.
Vdd te pessoas boas assim do nosso lado faz toda diferença.
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